Seremos capazes de manter nosso patamar de produtividade?

O Brasil é reconhecido internacionalmente pela produtividade de suas plantações florestais. Isso se deve às nossas condições edafoclimáticas, mas também à nossa tecnologia de produção, que envolve técnicas silviculturais avançadas, melhoramento genético e controle de pragas e doenças.

Há relatos de plantações de eucalipto com produtividades que beiram 100 m3 ha-1 ano-1. Segundo a IBÁ (2020), o Brasil possui 7 milhões de hectares de florestas plantadas de eucalipto com produtividade média de 35 m3 ha-1 ano-1. Segundo a ABRAF (2009), o Brasil superou a média de produtividade de 35 m3 ha-1 ano-1 em 2005, atingindo valores superiores a 40 m3 ha-1 ano-1 em 200. Em 2019, porém, voltamos para os 35 m3 ha-1 ano-1. Somado a isso, o custo e produção da madeira aumentou quase 150% nesse período.

O alto incremento nas produtividades médias das florestas plantadas que ocorreu entre os anos 1980 e 2000 deixou os silvicultores otimistas, acreditando que a produtividade média nacional superaria os 50 m3 ha-1 ano-1 em 2010. Mas, afinal, o que ocorreu? Ao que se deve essa estagnação/redução da produtividade média dos últimos 15 anos?

Podemos listar alguns fatores:

  • Expansão da área de florestas plantadas em regiões com condições edafoclimáticas mais agressivas e, consequentemente, com menor potencial produtivo, o que puxou a média de produtividade para baixo.

Tradicionalmente plantávamos floresta na região do bioma Mata Atlântica, e estamos expandindo para o bioma Cerrado. A própria vegetação natural já dá uma boa ideia sobre o potencial produtivo florestal desses dois biomas.

  • Condições climáticas mais desafiadoras até mesmo nas regiões onde tradicionalmente se planta floresta e prolongamento dos períodos de déficit hídrico, como o observado em 2014 (veja a matéria), estão se tornando mais frequentes.

Em um estudo feito pela Geplant na região central do estado de São Paulo foi observado crescente impacto do clima na produtividade de plantações de eucalipto, partindo de -6% em volume de madeira para os plantios realizados em 2012 para -25 % em 2018.

  • Aumento da frequência e severidade do ataque de pragas e surgimento de novas pragas, que tem causado grandes prejuízos em termos de produtividade.

Mas como saber se o manejo adotado garante a sustentabilidade da produção florestal? Seremos capazes de manter nosso patamar atual de produtividade? Como isolar o efeito do clima sob a produtividade? Como reduzir o impacto causado por pragas e doenças? Como determinar o potencial produtivo das áreas de expansão?

Essas e outras perguntas fazem parte do dia a dia de gestores florestais e silvicultores, e respondê-las exige embasamento técnico e científico. Em sua busca constante por inovação, a Geplant trabalhou duro em 2020 para inovar o manejo florestal, alavancando a competitividade em diversos modelos de investimento.

Acompanhem a Geplant para mais novidades. Até breve!

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