*Foto de capa: Anomalia (variação em relação à média histórica) da precipitação pluviométrica acumulada entre os anos de 2014 e 2016. Ao contrário do que o senso comum nos diz, apesar de uma vasta extensão do território ter experimentado períodos mais severos de déficit hídrico, grandes áreas a oeste e sul do país receberam um volume maior de chuvas. Fonte: Geplant Tecnologia Florestal.
Já é mais do que conhecido o efeito das condições do clima sobre o desenvolvimento de qualquer cultura vegetal, o que traz um componente de risco associado altamente relevante às atividades econômicas ligadas a produção agrícola e florestal. Atualmente, o tema volta à pauta de inúmeras discussões em virtude das oscilações climáticas que estão sendo observadas em diversas partes do globo.
É importante ressaltar que, independente da causa atribuída ao efeito, os impactos das oscilações do clima sempre foram observados na cadeia produtiva de alimentos, fibras, energia, entre outros. O assunto é amplo e os temas são diversos, mas por ora, vamos nos ater à relação entre a disponibilidade hídrica e o crescimento das plantações florestais.
Entre 2014 e 2016, extensas áreas de produção de madeira foram afetadas pela forte redução do volume de chuva e pela irregularidade na sua distribuição. Mas afinal, quanto do crescimento foi reduzido em função do estresse hídrico sofrido pelas plantações? Como isso se projeta em anos futuros? Quais as áreas mais afetadas? A lista de questionamentos é extensa e, neste ponto, temos duas opções: ou entramos em um vasto mundo de “depende de …” ou adotamos uma abordagem objetiva e quantitativa sobre a questão.
Neste contexto, uma série de novas ferramentas surgem para auxiliar a elucidar estas dúvidas, entre as mais comentadas, estão as tecnologias que dizem respeito aos processos de aprendizagem de máquina (machine learning) e inteligência artificial. Apesar do imenso potencial de aplicação destas abordagens, elas não explicam (ou explicitam) as relações de causa e efeito entre os fenômenos observados.
Na área florestal, modelos tradicionais de predição e projeção têm sido adaptados para auxiliar no entendimento da influência do clima sobre o crescimento das árvores. Outra linha de pesquisa são os modelos de base fisiológica, que são estudados há mais de 40 anos. Estes modelos literalmente traduzem as interações entre os fatores de clima, solo, planta e manejo em uma cadeia de processos que nos permite avaliar as relações de causa e efeito, inclusive de maneira integrada.
No passado, havia um grande obstáculo em se ter prontamente disponível o grande volume de dados necessários para utilizar estes modelos. Contudo, com o aumento da capacidade computacional e a crescente disponibilidade e integração de extensas bases de dados (Big Data), as limitações operacionais da modelagem têm sido superadas.
Em simulações realizadas para o gênero Eucalyptus ao longo de todo território nacional, a Geplant identificou impactos climáticos sobre o incremento volumétrico de madeira que variaram na ordem de -42% a +28%, considerando o período entre 2010 e 2017. Estimar estes impactos, tanto no presente quanto em projeções, e considerá-los nos planejamentos de curto, médio e longo prazo, é fundamental para garantir melhores tomadas de decisão.
A Geplant vem ao longo dos anos aperfeiçoando estas técnicas e metodologias para trazer mais segurança e assertividade no desempenho econômico das plantações florestais. Para mais informações entre em contato conosco!